O que podemos aprender com o “The Voice Portugal”?

Gestora de Felicidade no Trabalho | Chief Happiness Officer Certificada | A Felicidade é a chave para a prosperidade. Vamos prosperar juntos.

O “𝑻𝒉𝒆 𝑽𝒐𝒊𝒄𝒆 𝑷𝒐𝒓𝒕𝒖𝒈𝒂𝒍” é um dos meus programas favoritos – desde as provas cegas às galas em directo. É muito interessante ver a forma como os candidatos se apresentam, o que leva os membros do júri a virarem a cadeira ou não e a evolução dos concorrentes.

Cada programa tem uma involvência e um glamour cativante – desde a fantástica Catarina Furtado, ao simpático Vasco Palmeirim, passando pelos extraordinários mentores.

Outro dia, enquanto assistia a uma das galas, dei-me conta das várias lições que se podem extrair de cada programa, aplicáveis no dia a dia das organizações, tanto por colaboradores como pelos seus líderes.

1.    Trata-se de um concurso, logo a competição entre concorrentes é inevitável. No entanto, essa competição inter pares transparece ser, de alguma forma, saudável pela camaradagem e companheirismo – não foram poucas as vezes em que um concorrente que passa, fica a torcer para que o seu “adversário” seja salvo por um dos mentores.

Mas no fundo, trata-se de uma 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐞𝐭𝐢çã𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐢𝐠𝐨 𝐩𝐫ó𝐩𝐫𝐢𝐨 – cada um deve tentar ultrapassar-se a si próprio, ser melhor cada dia – é esse um dos caminhos do sucesso, conforme ensina Simon Sinek no livro “The Infinitive Game”:

Os jogadores finitos focam-se apenas em derrotar a competição. Os jogadores infinitos comprometem-se sempre a ser uma melhor versão de si próprios. Essas são as organizações mais inovadoras e onde se tem prazer em trabalhar. São também as que têm mais sucesso”.

 2.    No “The Voice Portugal” 𝐧𝐢𝐧𝐠𝐮é𝐦 𝐩𝐞𝐫𝐝𝐞, 𝐦𝐚𝐬 𝐚𝐩𝐫𝐞𝐧𝐝𝐞 𝐦𝐮𝐢𝐭𝐨, se quiser e independentemente do patamar que cada concorrente atinja. O mesmo se passa na vida organizacional – há que escolher sempre, aprender, melhorar, ainda que não se atinjam logo os objectivos traçados. Mas é preciso não desistir mas renascer das cinzas (quantos concorrentes não regressaram nos anos seguintes?), ser resiliente!

 3.    Certamente reparou que cada um dos quatro mentores constituem as suas equipas estratégicamente – 𝐝𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐥𝐞𝐦𝐞𝐧𝐭𝐚𝐫𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 são as palavras de ordem. É dessa forma que entendo que as equipas devem ser: ter pessoas mais criativas, outras mais com os pés no chão, com competências diferentes mas que se interligam e complementam. Acima de tudo, os líderes devem-se rodear de pessoas que sabem mais que eles(as). Como diz Warren Buffett:

One of the best things you can do in life is to surround yourself with people who are better than you are.”.

 4.    Cada um dos concorrentes é escrutinado, programa após programa – tendo já sido selecionado anteriormente para poder participar no The Voice Portugal. A vontade de cada um de singrar na área da música é invejável – 𝐨 𝐩𝐫𝐨𝐩ó𝐬𝐢𝐭𝐨, 𝐚 𝐠𝐚𝐫𝐫𝐚, 𝐚 𝐞𝐧𝐞𝐫𝐠𝐢𝐚, 𝐨 𝐚𝐜𝐫𝐞𝐝𝐢𝐭𝐚𝐫𝐞𝐦 𝐞 𝐧ã𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐢𝐬𝐭𝐢𝐫𝐞𝐦. São características que todos os colaboradores devem desenvolver, treinar - sim, acredito que são treinaveis – e assimilarem verdadeiramente, por forma a poderem desempenhar as suas funções, abraçarem as suas paixões – na melhor versão de si próprios.

 5.    Uma coisa curiosa – trata-se de um concurso em que o objectivo é, obviamente, ganhar: o concorrente e o mentor. Dediquemo-nos um pouco à figura do mentor – como já referi, o mentor constitui a sua equipa estratégicamente: compondo-a com concorrentes com diferentes competências (como uma equipa deve ser) com vista à vitória de todos.

É certo que cada uma das quatro equipas são relativamente pequenas e que vão diminuindo ao longo do concurso – mas eu diria que há equipas nas organizações de tamanho semelhante ou até menor e com uma vantagem – são mais estáveis. Não obstante, cada mentor dedica parte do seu tempo a cada um dos membros da sua equipa – 𝐜𝐨𝐧𝐡𝐞𝐜𝐞𝐧𝐝𝐨-𝐨𝐬, 𝐟𝐨𝐜𝐚𝐧𝐝𝐨-𝐬𝐞 𝐧𝐚𝐪𝐮𝐢𝐥𝐨 𝐞𝐦 𝐪𝐮𝐞 𝐬ã𝐨 𝐛𝐨𝐧𝐬, 𝐝𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐞𝐥𝐡𝐨𝐬, 𝐝𝐞𝐬𝐚𝐟𝐢𝐚𝐧𝐝𝐨-𝐨𝐬 𝐚 𝐦𝐞𝐥𝐡𝐨𝐫𝐚𝐫 em cada programa, mas acima de tudo, desafiando-os a sairem da sua zona de conforto e a ultrapassarem-se: aos seus medos, às suas inseguranças, para serem cada vez mais e melhores.

 6.    Outra coisa extraordinária é ver o orgulho, o sorriso aberto, as lágrimas a espreitar nos olhos de cada mentor sempre que um membro da sua equipa brilha no palco. É este sentir, esta explosão de emoções que é desejado por parte dos Líderes. Sem paternalismos, mas há que dar o mérito a quem trabalhou, errou mas persistiu, aprendeu e conseguiu, 𝐬𝐨𝐛 𝐨 𝐨𝐥𝐡𝐚𝐫 𝐞𝐬𝐭𝐚𝐫𝐫𝐞𝐜𝐢𝐝𝐨 𝐞 𝐨𝐫𝐠𝐮𝐥𝐡𝐨𝐬𝐨 𝐝𝐨 𝐬𝐞𝐮 𝐥í𝐝𝐞𝐫 𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐫, permitindo-o brilhar aos olhos de todos.

 7.    Uma outra característica que facilmente se identifica, é a 𝐡𝐮𝐦𝐢𝐥𝐝𝐚𝐝𝐞: tanto de concorrentes como de mentores.

 São várias as vezes que ouvimos os concorrentes a concordar com as opiniões, por vezes menos positivas e conselhos dos mentores, para que estes possam melhorar, não desistir e até regressar numa próxima edição.

 Por parte dos mentores, a humildade também é patente quando estes se espantam com a capacidade vocal e maturidade de certos concorrentes, admitindo que eles, nessa idade ainda tinham muito para aprender. Quando os mentores – músicos profissionais - ficam fascinados pelo que acabaram de ouvir, chegando a confessar a sua admiração e incapacidade.

 8.    O exercício de 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐥𝐢𝐠ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐞𝐦𝐨𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐥, 𝐞𝐦𝐩𝐚𝐭𝐢𝐚 𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐚𝐢𝐱ã𝐨 é patente ao longo do programa por parte dos mentores. A forma como falam com os concorrentes, as palavras utilizadas, os sentimentos demonstrados, os abraços virtuais, os pedidos aos outros mentores e depois ao público, para que salvem um dos concorrentes, são, entre outros, exemplos disso mesmo.

9. Por último, o 𝐚𝐠𝐫𝐚𝐝𝐞𝐜𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 - dos concorrentes, pela oportunidade de estarem presentes, de fazerem parte, de aprenderem e evoluirem com os mentores. Mas os mentores também agradecem - a oportunidade de estarem presentes novamente, de assistirem a apresentações fantásticas, de poderem transmitir os seus conhecimentos, de verem a evolução dos seus "meninos".

É tão importante agradecer! Aos outros, à vida, e até a nós próprios - um exercício diário que recomendo vivamente. 

Espero que gostem do The Voice Portugal tanto quanto eu, pelo entretenimento, pelas emoções que consegue transmitir e fazer sentir e, claro, pelas lições que podemos aplicar no dia a dia das organizações, com vista ao sucesso e felicidade de todos.

Anterior
Anterior

Entenda por que é que há colaboradores "tóxicos"​ nas empresas

Próximo
Próximo

Como seria a sua equipa se fosse os “All Blacks”?